1 - Jesus de Nazaré e a história do Evangelho não são encontrados em escritos cristãos anteriores aos evangelhos, e o primeiro deles (Marcos) foi escrito somente no final do primeiro século.
2 - Não existe nenhum texto não-cristão sobre Jesus de antes do século 2. As referências de Flavius Josephus (final do primeiro século) podem ser descartadas como falsificação posteriormente inseridas por cristãos.
3 - As primeiras epístolas, como as de Paulo e dos Hebreus, falam de Cristo como um ser espiritual, revelado por Deus pelas escrituras, e não se referem a ele como um homem que tenha vivido há pouco tempo antes. Paulo é parte de um novo movimento de "salvação" e age baseado em "revelações" recebidas do Espírito.
4 - Paulo e outros primeiros escritores puseram a morte e ressureição do seu Cristo no mundo mítico/sobrenatural, e derivam suas informações sobre esses eventos, da mesma maneira que outras informações do seu Cristo espiritual, das próprias escrituras.
5 - Os antigos viam o universo como sendo dividido em camadas, matéria abaixo e espírito acima. O mundo mais alto era considerado superior, a realidade genuína, contento processos espirituais e equivalentes espirituais às coisas terrenas. O Cristo de Paulo opera dentro desse sistema espiritual.
6 - Os cultos de mistérios pagãos desse período adoravam divindades "salvadoras", as quais também tinham realizado atos de salvação que ocorriam do mundo mítico/sobrenatural, não na terra ou na História. O Cristo de Paulo divide muitas características com estas divindades.
7 - O conceito religioso-filosófico proeminente da época era o do Filho que intermediava, um canal espiritual entre o Deus máximo transcental e a humanidade. Tais conceitos de intermediação como o Logos Grego, e Sabedoria Judaica foram modelos para o Cristo espiritual de Paulo.
8 - Todos os evangelhos derivam sua história básica de Jesus de Nazaré de uma fonte: o Evangelho de Marcos, seja lá quem for o seu autor. Os Atos dos Apóstolos, um relato do começo do movimento cristão apostólico, é um mito inventado no segundo século.
9 - Os evangelhos não são relatos históricos, ele são construídos através do processo de "midrash", um método judeu de retrabalho de passagens bíblicas antigas e contos para refletir novas crenças. A história dos julgamento de Jesus e crucificação é uma colagem de versos das escrituras.
10 - O documento "Q", uma coleção perdida de dizeres extraída de Mateus e Lucas, não faz referência à morte e ressurreição e pode ser demonstrado que não teve Jesus na sua origem, origem que era definitivamente não-judaicas. A comunidade "Q" pregava o reino de Deus, e suas tradições foram posteriormente atribuídas a um fundador inventado, o qual era ligado ao Jesus espiritual de Paulo no Evangelho de Marcos.
11 - As primeiras variações de Seitas e Crenças sobre um Cristo espiritual mostra que o movimento começa com uma multiplicidade de grupos independentes e espontâneos, baseados na religião e filosofias da época, não como resposta a um indivíduo único.
12 - Mesmo no segundo século, muitos documentos cristãos não contém ou rejeitam a noção do homem humano como um elemento da sua fé. Apenas gradativamente o Jesus de Nazaré apresentado nos evangelhos chega a ser aceito como histórico.
Referência: "The Jesus Puzzle", Earl Doherty, Age of Reason Publication
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