Estava eu revendo livros antigos quando me deparei com o de história que utilizei no ginásio: História antiga e medieval, "José Jobson de A. Arruda", editora Ática.
Na página 58 lê-se:
"Para explicar a origem dos seus deuses, os egípcios contavam que nos primeiros tempos do Egito, Set (o vento quente do deserto) assassinou Osiris (o sol poente, o Nilo, deus da vegetação e dos mortos). (...)
Essa explicação da morte e renascimento de Osíris está bem de acordo com a ciclotimia da vida egípcia, inteiramente dependente da natureza. (...)
Essas crenças religiosas foram substituídas por outras, introduzidas pelas classes 'mais cultas' do país. Assim, os sacerdotes de Heliópolis impuseram o culto de Rá; (...) os de Tebas, querendo livrar-se da hegemonia do deus criado pelos sacerdotes, adotaram Amon como deus supremo.
No fim acabou predominando uma combinação desses dois deuses, isto é, Amon-Rá."
(Claro que quando eu estava no ginásio isso era motivo de piada, pois esse era o inimigo dos Thundercats... Antigos espíritos do mal... transformem essa forma decante...)
Mas falando sério agora, tudo isso ocorreu durante o terceiro milênio antes de Cristo. Que deuses são criados não é novidade para ninguém, mas talvez Rá tenha sido o primeiro caso registrado de criação de deus por uma certa classe, com um certo objetivo, num determinado momento histórico.
Que bonito ver a picaretagem religiosa em funcionamento já há tanto tempo atrás, flagrada, exposta, escancarada para quem quiser ver. E num livro de ginásio!
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